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O que são os “Terríveis Dois”?


Os “Terríveis Dois” é um termo carinhoso (😁) que usamos para caracterizar uma fase específica do desenvolvimento infantil, que ocorre por volta dos 2 anos de idade. Durante este período, as crianças começam a explorar os seus limites e a testar a sua autonomia. Como consequência natural desta fase, é normal observarmos alguns comportamentos típicos, como por exemplo:

Explosões emocionais: As birras tornam-se muito frequentes, especialmente quando a criança não consegue expressar exatamente o que quer ou quando sente que perdeu o controlo da situação.

Desejo de independência: Nesta fase, as crianças desejam fazer cada vez mais coisas por conta própria. No entanto, como ainda estão a aprender a lidar com a frustração que surge quando não conseguem realizar essas tarefas sozinhas, acabam por demonstrar insatisfação.

Testar limites: Também é comum que, durante esta fase, os pequenos comecem a perceber as regras estabelecidas pelos adultos e, naturalmente, a testá-las repetidamente para ver quais são os seus verdadeiros limites.

Mas afinal, por que acontecem as birras?

As birras, apesar de muitas vezes serem interpretadas como simples caprichos, na verdade resultam de diversas mudanças naturais que ocorrem durante o desenvolvimento das crianças. Quando compreendemos estas mudanças, torna-se mais fácil lidar com as birras de maneira mais calma e empática. Vamos analisar alguns desses fatores com mais detalhes:

Cérebro “em crescimento”: O cérebro da criança está a desenvolver-se de forma muito rápida durante esta fase. Muitas vezes, as suas emoções tornam-se mais intensas do que a sua capacidade de as controlar, o que leva a explosões emocionais inesperadas.

Frustração linguística: Aos dois anos, as crianças ainda estão a desenvolver a capacidade de expressar plenamente os seus sentimentos e desejos. A falta de vocabulário adequado gera frustração, e, eventualmente, isso manifesta-se em forma de birras.

Necessidade de autonomia: Nesta fase, as crianças começam a descobrir que têm uma voz e que podem comunicar as suas vontades. No entanto, como ainda estão a aprender a lidar com essas descobertas, nem sempre sabem como e quando o podem fazer de forma apropriada.

Compreender os “Terríveis Dois” pode ajudar

Quando conseguimos compreender melhor o que está por trás dos “Terríveis Dois”, também nos tornamos mais capazes de lidar com as birras e os desafios típicos desta fase. Lembra-te de que, embora sejam cansativas, as birras fazem parte do processo de desenvolvimento da autonomia e da descoberta emocional por parte das crianças. Portanto, em vez de ver as birras como algo negativo, tenta encará-las como oportunidades para ajudar a criança a aprender a gerir as suas emoções. Podes aprender a evitar as birras e a transformá-las de forma calma, através do nosso Desafio: AntiBirras (clica e fica a saber tudo)

Paciência: a tua maior aliada

Lidar com as birras e outros comportamentos desafiantes pode ser bastante cansativo. É perfeitamente normal sentires-te frustrado e até esgotado. Contudo, é precisamente nesses momentos que a paciência se torna a tua maior aliada. Mais do que simplesmente esperar que a birra passe, praticar a paciência significa manter a calma e ser consistente, mesmo durante os momentos mais difíceis. Entender que os “terríveis dois” fazem parte de um processo natural pode ajudar-te a lidar melhor com elas.

Aqui estão algumas dicas para praticares a paciência no dia a dia:

Respira fundo antes de reagir: Ao tirares um momento para respirares e acalmares, darás a ti próprio a oportunidade de reagir com mais clareza e empatia.

Lembra-te de que a birra é um processo de aprendizagem: A criança está a aprender a expressar emoções que, muitas vezes, nem ela mesma compreende completamente.

Reformula a tua perspetiva: Em vez de ver cada birra como um teste à tua capacidade de ser pai/mãe, encara-a como uma oportunidade para ensinar algo novo à criança.

Empatia: pequenos gestos, grandes impactos

A empatia é fundamental quando falamos de como lidar com as emoções das crianças, especialmente quando estão a passar pelos “terríveis dois”. Quando nos esforçamos para ver o mundo pelos olhos delas, torna-se muito mais fácil responder com compreensão em vez de frustração. Afinal, as crianças também estão a aprender a navegar num mundo cheio de novas regras e emoções.

Aqui vão algumas maneiras de praticar a empatia no teu dia a dia:

Valida os sentimentos da criança: Em vez de minimizar ou ignorar as emoções da criança, tenta reconhecê-las com frases como “Sei que estás zangado” ou “Entendo que isto te está a deixar frustrado”. Esta validação ajuda a criança a perceber que as suas emoções são importantes e compreendidas.

Cria momentos de conexão: Aproveita pequenas oportunidades ao longo do dia para perguntar à criança como ela se está a sentir. Estas conversas simples são ótimas para fortalecer o vínculo e ajudar a criança a sentir-se ouvida e compreendida.

Mostra compreensão nas pequenas coisas: Muitas vezes, as crianças apenas querem sentir que alguém as compreende, mesmo que não haja uma solução imediata para o problema. Mostrar compreensão, mesmo nas pequenas situações, pode ter um grande impacto no seu desenvolvimento emocional.

Paciência e empatia para um crescimento saudável

Não devemos esquecer que as crianças aprendem sobre o mundo, em grande parte, através dos adultos à sua volta. Portanto, cabe-nos a nós ensinar e orientar com paciência, empatia e consistência. Quando mostramos essas qualidades, estamos a oferecer às crianças ferramentas valiosas para o futuro. Quanto mais praticarmos paciência e empatia, mais fácil será para as crianças aprenderem a lidar com as suas próprias emoções de forma saudável e construtiva.

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