Aprender a ler é um marco importante na vida de qualquer criança. Para muitos pais, ouvir o filho ler em voz alta pela primeira vez é um momento emocionante. No entanto, quando surgem dificuldades de leitura em crianças que parecem não desaparecer com o tempo, é natural que surjam dúvidas. Será apenas parte do processo ou já um sinal de alerta?
Neste artigo, explicamos o que é esperado no desenvolvimento da leitura, quando as dificuldades são normais e em que situações é importante procurar ajuda especializada. Assim, terá mais clareza para apoiar o seu filho.
Nem todas as crianças aprendem a ler ao mesmo tempo nem da mesma forma. Por isso, é importante compreender que as diferenças de ritmo são normais.
De forma geral:
No 1.º ano, é normal que ainda façam pausas, troquem algumas letras e leiam devagar.
No 2.º ano, espera-se que a leitura seja mais fluente e que haja maior compreensão do que leem.
A partir do 3.º ano, a criança deve conseguir ler frases e pequenos textos com autonomia e clareza.
👉 Ou seja, algumas dificuldades iniciais são normais. Contudo, se persistirem, precisam de atenção.
Mas quando é que devemos ficar atentos? Existem alguns sinais que indicam que a leitura pode estar a ser mais do que um desafio temporário:
A criança troca frequentemente letras (ex.: b/d, p/q).
Lê de forma muito lenta, mesmo em textos simples.
Tem dificuldade em compreender o que acabou de ler.
Evita ler em voz alta ou mostra ansiedade sempre que precisa de ler.
Apresenta erros persistentes na escrita (omitir ou inverter letras).
Se estes sinais se mantêm para além dos 7 anos, então não devem ser ignorados.
Um erro comum é pensar que a criança não lê porque não estuda o suficiente ou porque é “preguiçosa”. Na realidade, muitas vezes o esforço é grande, mas não chega.
Na verdade, dificuldades persistentes de leitura e escrita podem estar relacionadas com:
Dificuldades de linguagem (como consciência fonológica).
Dislexia ou outros transtornos de aprendizagem.
Questões emocionais (ansiedade, baixa autoestima).
Fatores de atenção e concentração.
Assim, culpar a criança só aumenta a frustração e a baixa autoestima.
O terapeuta da fala é o profissional indicado para avaliar e intervir nas dificuldades de leitura e escrita. Além disso, quando há uma equipa multidisciplinar, o acompanhamento torna-se ainda mais eficaz.
Na nossa equipa trabalhamos em conjunto:
Terapia da fala → reforço da consciência fonológica, leitura e escrita.
Psicologia → apoio à autoestima e gestão da ansiedade.
Terapia ocupacional → treino da atenção, motricidade fina e funções executivas.
Desta forma, a criança recebe apoio completo e tem mais hipóteses de recuperar confiança e melhorar o desempenho escolar.
O papel dos pais é essencial. Ainda que a intervenção profissional seja indispensável, pequenas rotinas em casa fazem diferença.
Partilhe leituras em voz alta, de forma lúdica.
Explore jogos com rimas, sons e letras.
Incentive a escrita espontânea (bilhetes, listas, recados).
Crie um ambiente tranquilo, sem pressão excessiva.
Em resumo, o apoio em casa deve complementar, mas nunca substituir, a intervenção especializada.
Se reconhece dificuldades de leitura em crianças na rotina do seu filho, saiba que não está sozinho. Felizmente, quando a intervenção é precoce, os resultados são muito positivos.
📍 No nosso espaço, avaliamos cada caso de forma personalizada e ajudamos a encontrar as melhores estratégias para o sucesso escolar.
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