O planeamento motor é uma capacidade essencial no desenvolvimento infantil e, embora muitas vezes seja pouco conhecida pelos pais, tem impacto direto no dia-a-dia da criança. De facto, trata-se da habilidade de pensar, organizar e executar movimentos de forma coordenada e intencional. Assim, desde levantar um copo de água até escrever ou brincar, o planeamento motor está presente em quase todas as atividades, portanto é crucial compreendê-lo desde cedo.
Um bom planeamento motor permite que a criança execute movimentos de forma suave e coordenada; além disso, facilita a aprendizagem de novas habilidades, o que significa que ela consegue explorar o mundo com mais confiança. Da mesma forma, ajuda a realizar tarefas do quotidiano de forma autónoma e reduz a frustração associada a movimentos complexos ou sequenciais. Consequentemente, o desenvolvimento da autoestima e da segurança pessoal também é favorecido.
No entanto, quando existem dificuldades nesta área, a criança pode apresentar movimentos descoordenados, atrasos em tarefas como vestir-se ou escrever, ou frustração perante atividades que exigem vários passos. Por isso, identificar estas dificuldades precocemente é fundamental para uma intervenção eficaz.
Alguns sinais comuns de dificuldade incluem:
Hesitação ou demora em iniciar tarefas;
Movimentos descoordenados ou confusos;
Dificuldade em seguir sequências de ações;
Evitar atividades motoras ou sentir frustração;
Dependência excessiva do adulto para tarefas simples.
Além disso, é importante notar que nem todas as crianças manifestam os sinais da mesma forma, ou seja, a observação contínua é essencial.
O terapeuta ocupacional desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do planeamento motor. Primeiramente, utiliza atividades graduais e estruturadas, começando com tarefas simples e, à medida que a criança evolui, introduz movimentos mais complexos. Isso permite que a criança aprenda passo a passo, sem sentir sobrecarga.
Além disso, são utilizados jogos que estimulam sequências de ações, como puzzles ou circuitos motores, que ajudam a criança a pensar antes de agir. Enquanto isso, o treino de coordenação bilateral é incorporado, pois muitas tarefas exigem o uso sincronizado de ambos os lados do corpo.
Por outro lado, o terapeuta também aplica estratégias para a transição das competências para tarefas do dia-a-dia, como vestir-se, cortar ou escrever. Desse modo, a criança aplica o que aprendeu de forma prática e desenvolve autonomia. Finalmente, quando necessário, são implementadas estratégias compensatórias, permitindo que a criança continue a progredir mesmo que enfrente dificuldades, ou seja, ela mantém-se motivada e ativa no desenvolvimento das suas habilidades.
O planeamento motor e a coordenação bilateral estão intimamente ligados. Por exemplo, cortar com tesoura requer que uma mão segure o papel enquanto a outra move a tesoura com precisão. Consequentemente, crianças que dominam essa integração conseguem executar tarefas com mais confiança e autonomia, além de se sentirem mais seguras no dia-a-dia.
Além disso, enquanto o planeamento motor organiza a sequência dos movimentos, a coordenação bilateral garante que ambos os lados do corpo trabalhem juntos, portanto ambos são essenciais para um desenvolvimento harmonioso. Podes saber mais sobre coordenação bilateral em: https://alcancar.pt/coordenacao-bilateral-como-a-terapia-ajuda/
O planeamento motor é fundamental para o desenvolvimento físico, cognitivo e emocional da criança. Assim, identificar sinais de dificuldade precocemente e contar com a intervenção de um terapeuta ocupacional pode fazer toda a diferença. Portanto, ao investir nesta área, promove-se a autonomia, a confiança e a motivação da criança, permitindo que ela explore o mundo com mais segurança e prazer.
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